domingo, 16 de junho de 2013


Sequência didática do texto: Meu primeiro beijo.



Abaixo seguem questões / atividades para diferentes etapas de uma situação de aprendizagem com foco em leitura, a partir de estratégias explicadas por Roxane Rojo em “Letramento e capacidades de leitura para a cidadania” (São Paulo: SEE: CENP, 2004)


ETAPA 1 - ANTES DA LEITURA

CAPACIDADES DE COMPREENSÃO

 O professor irá conversar com os alunos em uma roda de conversa ( sala em círculo) sobre o título do beijo, levantando possíveis hipóteses e posicionamentos dos alunos em relação ao primeiro beijo.
Um aluno anota na lousa as hipóteses levantadas que será checada com os alunos no momento da leitura.
Em seguida, o professor perguntará aos alunos se eles já leram algum texto de Antonio Barreto? Se sim, o aluno irá compartilhar com a  classe o que conhece do autor; caso n ão conheçam, os alunos deverão pesquisar em conjunto na sala de informática da escola.


ETAPA 2 – DURANTE A LEITURA

5)    Ainda com a sala em círculo, a leitura do texto será iniciada. O professor solicita que um aluno realize a leitura em voz alta. Após a leitura, o professor fará a checagem das hipóteses na lousa, com a participação de todos os alunos, como um debate.

CAPACIDADES DE COMPREENSÃO

CHECAGEM DE HIPÓTESES: Ao longo da leitura, o leitor estará checando constantemente essas suas hipóteses, isto é, confirmando-as ou desconfirmando-as e, consequentemente, buscando novas hipóteses mais adequadas. Se assim não fosse, o leitor iria por um caminho e o texto por outro.


ETAPA 3 (EM DIANTE) – DEPOIS DA LEITURA


CAPACIDADES DE DECODIFICAÇÃO
Compreender DIFERENÇAS ENTRE ESCRITA E OUTRAS FORMAS GRÁFICAS; dominar as convenções gráficas; conhecer a natureza alfabética do nosso sistema de escrita; dominar as relações entre grafemas e fonemas; saber decodificar palavras e textos escritos; saber ler reconhecendo globalmente as palavras; ampliar a sacada do olhar para porções maiores do texto que meras palavras, desenvolvendo fluência e rapidez de leitura


ETAPA 4 – LOCALIZAÇÃO E/OU CÓPIA DE INFORMAÇÕES
CAPACIDADES DE COMPREENSÃO

Em certas práticas de leitura (para estudar, para trabalhar, para buscar informações em enciclopédias, obras de referência, na Internet), o leitor está constantemente buscando e localizando informação relevante, para armazená-la – por meio de cópia, recorte-cole, iluminação ou sublinhado – e, posteriormente, reutilizá-la de maneira reorganizada. É uma estratégia básica de muitas práticas de leitura (mas não de outras, como a leitura de entretenimento ou de fruição), mas também não opera sozinha, sem a contribuição das outras que estamos comentando.


ETAPA 5: COMPARAÇÃO DE INFORMAÇÕES
CAPACIDADES DE COMPREENSÃO

Ao longo da leitura, o leitor está constantemente comparando informações de várias ordens, advindas do texto, de outros textos, de seu conhecimento de mundo, de maneira a construir os sentidos do texto que está lendo. Para atividades específicas, como as de resumo ou síntese do texto, esta comparação é essencial para medir relevância das informações que deverão ser retidas. Portanto, os alunos irão contar oralmente a história analisando alguns pontos importantes.


ETAPA 6: GENERALIZAÇÕES
CAPACIDADES DE COMPREENSÃO

São conclusões gerais sobre fato, fenômeno, situação, problema, etc. após análise de informações pertinentes. Uma das estratégias que mais contribui para a síntese resultante da leitura é a generalização exercida sobre enumerações, redundâncias, repetições, exemplos, explicações etc. Ninguém guarda um texto fielmente na memória. Podemos guardar alguns de seus trechos ou citações que mais nos impressionaram, mas em geral armazenamos informações na forma de generalizações responsáveis, em grande parte, pela síntese.

ETAPA 7: PRODUÇÃO DE INFERÊNCIAS LOCAIS
CAPACIDADES DE COMPREENSÃO

No caso de uma lacuna de compreensão, provocada, por exemplo, por um vocábulo ou uma estrutura desconhecidos, exerceremos estratégias inferenciais, isto é, descobriremos, pelo contexto imediato do texto (a frase, o período, o parágrafo) e pelo significado anteriormente já construído, novo significado para este termo até então desconhecido.


ETAPA 8: PRODUÇÃO DE INFERÊNCIAS GLOBAIS
CAPACIDADES DE COMPREENSÃO

Nem tudo está dito ou posto num texto. O texto tem seus implícitos ou pressupostos que também têm de ser compreendidos numa leitura efetiva. Para fazê-lo, o leitor lança mão, ao mesmo tempo, de certas pistas que o autor deixa no texto, do conjunto da significação já construída e de seus conhecimentos de mundo, inclusive lógicos.


CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO

ETAPA 9: RECUPERAÇÃO DO CONTEXTO DE PRODUÇÃO DO TEXTO

Para interpretar um texto discursivamente, é preciso situá-lo: Quem é seu autor? Que posição social ele ocupa? Que ideologias assume e coloca em circulação? Em que situação escreve? Em que veículo ou instituição? Com que finalidade? Quem ele julga que o lerá? Que lugar social e que ideologias ele supõe que este leitor intentado ocupa e assume? Como ele valora seus temas? Positivamente? Negativamente? Que grau de adesão ele intenta? Sem isso, a compreensão de um texto fica num nível de adesão ao conteúdo literal, pouco desejável a uma leitura crítica e cidadã.

ETAPA 10: DEFINIÇÃO DE FINALIDADES E METAS DA ATIVIDADE DE LEITURA
CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO

Todo o controle do processo de leitura, da ativação de estratégias ou do exercício de capacidades está subordinado às metas ou finalidades de leitura impostas pela situação em que o leitor se encontra. Ler para estudar, trabalhar, entreter-se, fruir esteticamente do texto, buscar informação, atualizar-se, orientar-se. Não há leitura, a não ser, por vezes, a leitura escolar, que não seja orientada a uma finalidade da vida.

ETAPA 11: PERCEPÇÃO DE RELAÇÕES DE INTERTEXTUALIDADE
CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO

No nível temático: Ler um texto é colocá-lo em relação com outros textos já conhecidos, outros textos que estão tramados a este texto, outros textos que poderão dele resultar como réplicas ou respostas. Quando esta relação se estabelece pelos temas ou conteúdos abordados nos diversos textos, chamamos a isso intertextualidade. Uma sugestão de intertexto é a música “Já sei namorar” dos Tribalistas. Com a canção poderá ser abordadas as semelhanças existentes entre a letra da música e o texto lido?
Uma outra sugestão de intertextos são os filmes:

Meu Primeiro Amor (1991; dirigido por Howard Zieff; com Anna Chlumsky, Macaulay Culkin, Dan Aykroyd)

Falando grego (2009; dirigido por Donald Petrie; com Nia Vardalos, Richard Dreyfuss, Maria Adanez, Sheila Bernette, Maria Botto, Rachel Dratch, Alexis Georgoulis)

A verdade nua e crua (2009; dirigido por Robert Luketic; com Katherine Heigl, Gerard Butler, Bree Turner)


ETAPA 12: PERCEPÇÃO DE RELAÇÕES DE INTERDISCURSIVIDADE
CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO

No nível do discurso: Perceber um discurso é colocá-lo em relação com outros discursos já conhecidos, que estão tramados a este discurso. Quando esta relação se estabelece, então, num dado texto, como por exemplo, nas paródias, nas ironias, nas citações, falamos de interdiscursividade.

ETAPA 13: PERCEPÇÃO DE OUTRAS LINGUAGENS
CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO

Percepção de outras linguagens (imagens, som, imagens em movimento, diagramas, gráficos, mapas etc.) como elementos constitutivos dos sentidos dos textos e não somente da linguagem verbal escrita.

ETAPA 14: ELABORAÇÃO DE APRECIAÇÕES ESTÉTICAS E/OU AFETIVAS
CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO

Ao ler, replicamos ou reagimos ao texto constantemente: sentimos prazer, deixamo-nos enlevar e apreciamos o belo na forma da linguagem, ou odiamos e achamos feio o resultado da construção do autor; gostamos ou não gostamos, pelas mais variadas razões. E isso pode, inclusive, interromper a leitura ou levar a muitos outros textos. Para tal exercício poderá ser utilizada imagens de pessoas se beijando.

ETAPA 15: ELABORAÇÃO DE APRECIAÇÕES RELATIVAS A VALORES ÉTICOS E/OU POLÍTICOS
CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO

Elaboração de apreciações relativas a valores éticos e/ou políticos: Mas também discutimos com o texto: discordamos, concordamos, criticamos suas posições e ideologias. Avaliamos os valores colocados em circulação pelo texto e destes, são especialmente importantes para a cidadania, os valores éticos e políticos. Esta capacidade é que leva a uma réplica crítica a posições assumidas pelo autor no texto.





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