Sequência didática do texto: Meu primeiro beijo.
Abaixo seguem questões / atividades para diferentes etapas de uma situação de aprendizagem com foco em leitura, a partir de estratégias explicadas por Roxane Rojo em “Letramento e capacidades de leitura para a cidadania” (São Paulo: SEE: CENP, 2004)
ETAPA 1 - ANTES DA LEITURA
CAPACIDADES DE
COMPREENSÃO
O professor irá conversar com os alunos em uma
roda de conversa ( sala em círculo) sobre o título do beijo, levantando
possíveis hipóteses e posicionamentos dos alunos em relação ao primeiro beijo.
Um aluno anota na lousa as hipóteses
levantadas que será checada com os alunos no momento da leitura.
Em seguida, o professor perguntará aos
alunos se eles já leram algum texto de Antonio Barreto? Se sim, o aluno irá
compartilhar com a classe o que conhece
do autor; caso n ão conheçam, os alunos deverão pesquisar em conjunto na sala
de informática da escola.
ETAPA 2 – DURANTE A LEITURA
5) Ainda com a sala
em círculo, a leitura do texto será iniciada. O professor solicita que um aluno
realize a leitura em voz alta. Após a
leitura, o professor fará a checagem das hipóteses na lousa, com a participação
de todos os alunos, como um debate.
CAPACIDADES
DE COMPREENSÃO
CHECAGEM
DE HIPÓTESES: Ao
longo da leitura, o leitor estará checando constantemente essas suas
hipóteses, isto é, confirmando-as ou desconfirmando-as e, consequentemente,
buscando novas hipóteses mais adequadas. Se assim não fosse, o leitor iria por
um caminho e o texto por outro.
ETAPA 3 (EM DIANTE) – DEPOIS DA LEITURA
CAPACIDADES
DE DECODIFICAÇÃO
Compreender DIFERENÇAS ENTRE ESCRITA E OUTRAS FORMAS GRÁFICAS; dominar as
convenções gráficas; conhecer a natureza alfabética do nosso sistema de
escrita; dominar as relações entre grafemas e fonemas; saber decodificar
palavras e textos escritos; saber ler reconhecendo globalmente as palavras;
ampliar a sacada do olhar para porções maiores do texto que meras palavras,
desenvolvendo fluência e rapidez de leitura
ETAPA 4 – LOCALIZAÇÃO
E/OU CÓPIA DE INFORMAÇÕES
CAPACIDADES DE
COMPREENSÃO
Em
certas práticas de leitura (para estudar, para trabalhar, para buscar informações
em enciclopédias, obras de referência, na Internet), o leitor está
constantemente buscando e localizando informação relevante, para armazená-la –
por meio de cópia, recorte-cole, iluminação ou sublinhado – e, posteriormente,
reutilizá-la de maneira reorganizada. É uma estratégia básica de muitas
práticas de leitura (mas não de outras, como a leitura de entretenimento ou
de fruição), mas também não opera sozinha, sem a contribuição das outras
que estamos comentando.
ETAPA 5: COMPARAÇÃO
DE INFORMAÇÕES
CAPACIDADES DE
COMPREENSÃO
Ao
longo da leitura, o leitor está constantemente comparando informações de várias
ordens, advindas do texto, de outros textos, de seu conhecimento de mundo, de
maneira a construir os sentidos do texto que está lendo. Para atividades
específicas, como as de resumo ou síntese do texto, esta
comparação é essencial para medir relevância das informações que deverão ser
retidas. Portanto, os alunos irão contar oralmente a história analisando alguns
pontos importantes.
ETAPA 6:
GENERALIZAÇÕES
CAPACIDADES DE
COMPREENSÃO
São
conclusões gerais sobre fato, fenômeno, situação, problema, etc. após análise
de informações pertinentes. Uma das estratégias que mais contribui para a
síntese resultante da leitura é a generalização exercida sobre enumerações,
redundâncias, repetições, exemplos, explicações etc. Ninguém guarda um texto
fielmente na memória. Podemos guardar alguns de seus trechos ou citações que
mais nos impressionaram, mas em geral armazenamos informações na forma de generalizações
responsáveis, em grande parte, pela síntese.
ETAPA 7: PRODUÇÃO DE
INFERÊNCIAS LOCAIS
CAPACIDADES DE
COMPREENSÃO
No
caso de uma lacuna de compreensão, provocada, por exemplo, por um vocábulo ou
uma estrutura desconhecidos, exerceremos estratégias inferenciais, isto é,
descobriremos, pelo contexto imediato do texto (a frase, o período, o
parágrafo) e pelo significado anteriormente já construído, novo significado
para este termo até então desconhecido.
ETAPA 8: PRODUÇÃO DE
INFERÊNCIAS GLOBAIS
CAPACIDADES DE COMPREENSÃO
Nem tudo está dito ou
posto num texto. O texto tem seus implícitos ou pressupostos que também têm de
ser compreendidos numa leitura efetiva. Para fazê-lo, o leitor lança mão, ao
mesmo tempo, de certas pistas que o autor deixa no texto, do conjunto da
significação já construída e de seus conhecimentos de mundo, inclusive lógicos.
CAPACIDADES DE
APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO
ETAPA 9: RECUPERAÇÃO
DO CONTEXTO DE PRODUÇÃO DO TEXTO
Para
interpretar um texto discursivamente, é preciso situá-lo: Quem é seu autor? Que
posição social ele ocupa? Que ideologias assume e coloca em circulação? Em que
situação escreve? Em que veículo ou instituição? Com que finalidade? Quem ele
julga que o lerá? Que lugar social e que ideologias ele supõe que este leitor
intentado ocupa e assume? Como ele valora seus temas? Positivamente?
Negativamente? Que grau de adesão ele intenta? Sem isso, a compreensão de um
texto fica num nível de adesão ao conteúdo literal, pouco desejável a uma
leitura crítica e cidadã.
ETAPA 10: DEFINIÇÃO
DE FINALIDADES E METAS DA ATIVIDADE DE LEITURA
CAPACIDADES DE
APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO
Todo
o controle do processo de leitura, da ativação de estratégias ou do exercício
de capacidades está subordinado às metas ou finalidades de leitura impostas
pela situação em que o leitor se encontra. Ler para estudar, trabalhar,
entreter-se, fruir esteticamente do texto, buscar informação, atualizar-se,
orientar-se. Não há leitura, a não ser, por vezes, a leitura escolar, que não
seja orientada a uma finalidade da vida.
ETAPA 11: PERCEPÇÃO
DE RELAÇÕES DE INTERTEXTUALIDADE
CAPACIDADES DE
APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO
No
nível temático: Ler um texto é colocá-lo em relação com outros textos já
conhecidos, outros textos que estão tramados a este texto, outros textos que
poderão dele resultar como réplicas ou respostas. Quando esta relação se estabelece
pelos temas ou conteúdos abordados nos diversos textos, chamamos a isso
intertextualidade. Uma sugestão de intertexto é a música “Já sei namorar” dos
Tribalistas. Com a canção poderá ser abordadas as semelhanças existentes entre
a letra da música e o texto lido?
Uma
outra sugestão de intertextos são os filmes:
Meu Primeiro Amor (1991; dirigido por
Howard Zieff; com Anna Chlumsky, Macaulay Culkin, Dan Aykroyd)
Falando grego (2009; dirigido por
Donald Petrie; com Nia Vardalos, Richard Dreyfuss, Maria Adanez, Sheila
Bernette, Maria Botto, Rachel Dratch, Alexis Georgoulis)
A verdade nua e crua (2009; dirigido por
Robert Luketic; com Katherine Heigl, Gerard Butler, Bree Turner)
ETAPA 12: PERCEPÇÃO
DE RELAÇÕES DE INTERDISCURSIVIDADE
CAPACIDADES DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO
AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO
No nível do discurso:
Perceber um discurso é colocá-lo em relação com outros discursos já conhecidos,
que estão tramados a este discurso. Quando esta relação se estabelece, então,
num dado texto, como por exemplo, nas paródias, nas ironias, nas citações,
falamos de interdiscursividade.
ETAPA
13: PERCEPÇÃO DE OUTRAS LINGUAGENS
CAPACIDADES DE
APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO
Percepção
de outras linguagens (imagens, som,
imagens em movimento, diagramas, gráficos, mapas etc.) como elementos
constitutivos dos sentidos dos textos e não somente da linguagem verbal
escrita.
ETAPA
14: ELABORAÇÃO DE APRECIAÇÕES ESTÉTICAS E/OU AFETIVAS
Ao
ler, replicamos ou reagimos ao texto constantemente: sentimos prazer,
deixamo-nos enlevar e apreciamos o belo na forma da linguagem, ou odiamos e
achamos feio o resultado da construção do autor; gostamos ou não gostamos,
pelas mais variadas razões. E isso pode, inclusive, interromper a leitura ou
levar a muitos outros textos. Para tal exercício poderá ser utilizada imagens
de pessoas se beijando.
ETAPA 15: ELABORAÇÃO
DE APRECIAÇÕES RELATIVAS A VALORES ÉTICOS E/OU POLÍTICOS
CAPACIDADES DE
APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO – INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO
Elaboração
de apreciações relativas a valores
éticos e/ou políticos: Mas também discutimos com o texto: discordamos,
concordamos, criticamos suas posições e ideologias. Avaliamos os valores colocados
em circulação pelo texto e destes, são especialmente importantes para a
cidadania, os valores éticos e políticos. Esta capacidade é que leva a uma
réplica crítica a posições assumidas pelo autor no texto.
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